domingo, 25 de setembro de 2011

Chanel (1883-1971) Década de 20



                         Chanel (1883-1971)



Gabrielle Bonheur Chanel foi uma criança pobre, sua mãe morreu quando ela tinha apenas seis anos, então ela e sua irmã chegaram a morar em orfanato. Chanel para ganhar a vida em 1905 passou a cantar em um café, onde passou a usar o nome de Coco. Uma mulher cheia de caprichos, talentosa, ousada e de um temperamento forte.






Em 1910 abriu uma chapelaria com a ajuda financeira do seu amante militar rico. Depois ela conhece Boy que também foi o seu amante e ele a ajudou a abrir a sua loja de roupas.
Ela foi muito além do seu tempo, quando começou a usar roupas que pertenciam antes apenas ao vestuário masculino. Inteligente e grande marketeira,divulgou a sua marca como poucos souberam fazer. Teve uma grande sacada, porque, a mulher daquele tempo estava começando a trabalhar e ocupar funções diferentes,onde, era necessário usar roupas mais confortáveis, então, ela passa a
usar o jérsei de lã e resolve diminuir a altura das saias, tornando-as mais curtas. 

Em 1922 ela cria o perfume Chanel nº5, que foi um grande sucesso e continua sendo um grande sucesso da marca. Outro grande marco da sua grife foi a bolsa de matelassê com corrente dourada, lançada em 1929, que foi chamada de “2,55”, primorosa também pela utilidade de cada divisória, dizem que ela lançou esse modelo, porque, esqueceu sua bolsa de mão por diversas vezes. 


Ela conheceu o duque de Westminster em 1924, considerado o homem mais rico da Inglaterra, e através dele ela conheceu o tweed, que lhe rendeu uma coleção de 130 modelos em 1932, todos em tweed. Eles ficaram juntos por seis anos. 
Em 1957, mostra mais uma vez porque veio pra ficar, como ela mesma disse:
A moda passa. O estilo permanece.




O tailleur Chanel cardigã sem gola em tweed, lançado em 1957, que é a sua marca registrada até os dias atuais. O vestido preto e os colares de pérolas (falsas), mais uma de suas manias, adorava acessórios, por isso, colocava vários colares, sendo a primeira a introduzir bijouterias na moda. O rei dos animais, o leão, símbolo do seu signo e da cidade de Veneza, esteve presente em diversos produtos da sua marca, já virou broche, brinco e até botão da Maison Chanel.


Coco Chanel era uma mulher solitária e de poucas amizades, dentre elas posso citar  Misia Sert. Na sua velhice, tornou-se uma senhora ranzinza, por isso, seus amigos eram quase raros.
Deixo vocês com mais essa pérola da nossa inesquecível Chanel:

A moda morre nova. É isso que torna grave a sua leviandade.



           

Pierre Balmain (1914-1982) Década 40


Essa personalidade do mundo da moda realmente tomou a decisão acertada em largar o curso de arquitetura na Ecole des Beaux Arts, e foi trabalhar com Edward Molyneaux por cinco anos, deve ter sido muito proveitoso esse período, afinal Molyneaux também é um grande estilista. Após a 2º 
guerra ele vai trabalhar com Lucien Lelong.
Voltando um pouco no tempo, irei contar um  pouco da história desse maravilhoso estilista, ele nasceu em Saint-Jean-Maurienne em 18 de Maio de 1914, em Paris,França. Perdeu seu pai ainda menino aos 7 anos. 
Sua mãe e suas irmãs administravam uma boutique, acredito que foi a partir
dai que deve ter despertado o seu interesse por moda.
Depois de todo esse tempo de aprendizado com Molyneax e Lucien  Lelong ele resolve abrir a sua própria maison em 1945. 


Lançou saias longas em forma de sino e de cintura fina, o que posteriormente foi lançado por Dior e ficou conhecido como New Look. Suas roupas estavam nos patamares do luxo e por vezes até chegavam a ser
exageradamente luxuosas, por isso, a nobreza passaram a ser seus admiradores, inclusive ele tornou-se estilista exclusivo da Rainha Sirikit da Tailândia. Vestiu estrelas como Brigitte Bardot, Marlene Dientrich e Katherine Hepburn. 







Foi pioneiro na criação de uma linha prêt-à-porter. Abre filiais em 1951 nos Estados Unidos e acabou conquistando a América do Norte, porque conseguiu fazer a adaptação da silhueta das francesas para a silhuetas das americanas que possuem um padrão maior. Foi figurinista de 16 filmes e uma das estrelas que mais brilhou com seus modelos foi Brigitte Bardot no filme " E Deus Criou a Mulher".
Criou também uniforme para as aeromoças da Singapura Airlines. 







Utilizava cores claras e também peles em colarinhos, punho, capas e cintos, uma marca do seu estilo eram as estolas, que eram feitas com vários materiais. Usava também nas suas composições de moda o paletó sobre vestidos justos. 










Lançou sua autobiografia em 1964. Morre em 1982. Sua marca ainda hoje faz muito sucesso no mundo fashion. 

Ele dizia que " Costura é a arquitetura do movimento "








Lançou também vários perfumes, e um dos seus grandes destaques foi o Vert.






Atualmente a criação da marca é regida pelo designer Oliver Rousting. Recentemente a Balmain lançou uma segunda linha prevista para o verão 2012, chamada de Pierre Balmain, que é voltada para o público mais jovem masculino e feminino, vem com uma proposta mais casual, sem contar que os seus preços são também mais convidativos, aguardem!!!


Jacques Doucet (1853-1929)


Jacques Doucet (1853-1929)

 
Nasceu em uma família rica, era um homem elegante, culto e admirador das artes. Amigo de pintores como Degas e Monet. Herdou uma loja de langerie dos avós, então, desde a sua infância já estava envolvido com moda. Foi um seguidor de Worth (considerado o pai da costura). 

Suas roupas eram luxuosas e quase sempre inspiradas nas pinturas do século 17 e 18. Poiret trabalhou na sua maison e chegou a falar de Doucet com grande admiração. Ele também descobriu Vionnet. 

Suas criações eram usadas principalmente pela nobreza, por isso, foi considerado o ultimo figurinista dessa classe. Sua padroagem era confeccionada em sobreposições de tecidos e justaposições, leves , vaporosos com tons pastel, utilizava: musselines, rendas, cetins e sedas. Seus acabamentos eram considerados perfeitos e os botões luxuosos.
Em 1925, seu ateliê passou a reunir vários artistas plásticos e moveleiros da época, como Brancusi, Van Gogh, Léger, Miró, Dounier Rousseau, Legrain e Coard e alguns outros. Depois da sua morte seus filhos assumiram a administração da sua maison.


Essa imagem é de um desfile de 2011 de Alberta Ferretti em Milão.
Eu achei a utilização das cores e o uso de tecidos fluidos e bordados,
semelhantes ao padrão utilizado pelo Doucet, e vocês??

Marcel Rochas (1902-1954) Década de 30



Marcel Rochas (1902-1954)- Década de 30

Marcel Rochas iniciou no mundo da moda ainda jovem aos 23 anos em 1924, ele veio propor uma nova regra de elegância, divergente do que estava ocorrendo naquele período, pois havia uma predominância da estética androginia, um exemplo disso eram os cortes dos cabelos das mulheres que eram cortados bem curtos o chamado a “La Garçonne”, até então, cabelos curtos era uma característica masculina. 


Retomou a expressividade da silhueta feminina, mostrando em suas roupas uma mulher refinada, moderna, delicada e segura. Seu tema era a juventude, simplicidade e personalidade.






                                                                                      
Usava tecidos nobres, finos, como seda, renda e peles.  Suas roupas possuíam ornamentos pomposos. Criou vestido preto e branco, que mostrava um colar branco, promoveu também o casaco três quartos. Outra inovação em 1932 foi a calça para usar durante o dia, feita de flanela na tonalidade cinza. Criou também “ombros largos” em 1933 e foi um dos primeiros a fazer saias com bolsos.




A sua empresa lançou em 1936 fragrâncias sensuais que fizeram sucesso, a partir de então sua empresa se especializou na produção de perfumes, que foi interrompida com o início da 2ª guerra mundial, após esse período atribulado ele retomou a produção de perfumes e em 1960 a sua grife era uma das principais comerciantes de perfumes da França.

Lançou em 1944 o perfume “Femme”, que mandou fazer para presentear a sua esposa Hélène na ocasião do seu aniversário, depois em 1949 surge à linha masculina com a fragrância “Moustache”.




Reinventa o corselete em 1942 cinco anos antes da Dior, confeccionou um corselete preto de vespa de chantilly para a atriz Mãe West. Várias estrelas Hollywoodianas vestiram sua grife como Carde Lombard, Marlene Dientrich, Joan Crawford, Katherine Hepburn, entre outras. Após a sua morte a sua mulher Hélène assumiu a administração da marca. Ela continuou a lançar perfumes que consolidaram a marca do seu amado Marcel Rochas.





 Hélène

Hélène ficou na administração da empresa até 1971 e  morreu recentemente aos 84 anos em 06 de agosto de 2011. Ela era ex-modelo e sinônimo de elegância da mulher parisiense.




Paul Poiret (1879-1944)

Paul Poiret (1879-1944)
Pessoas gravem esse nome, considerado o primeiro designer do século, também conhecido como: O Rei da Moda nasceu em 1879, filho de comerciante de tecidos, trabalhou com Jacques Doucet e depois com Worth, essa mente criativa abre sua Maison em 1903.  Casou em 1905 com Denise Boulet, tornando-se a sua musa inspiradora. Em 1906 causa uma mudança radical na moda, afrouxando a silhueta feminina, mudando a marcação da cintura para abaixo do busto, onde aboliu o uso do espartilho, criando assim o sutien. Lança a saia travada e a saia abajur em 1912. 




Buscava inspirações no oriente e lançou na moda o uso de turbantes e de calças odaliscas, e as mulheres que usavam essas calças eram consideradas ousadas para a época. Não sei quem se lembra do personagem Lion dos Thundercats??rsrsrsr, quem foi criança na década de 80 deve lembrar, enfim, o Poiret era tipo o Lion, tinha a visão além do alcance, mesmo sem possuir a espada justiceira, porque, ele foi o primeiro a lançar um perfume, fazendo a ligação da sua marca com esse ramo, o que depois se tornou um padrão entre os estilistas, o seu perfume foi chamado de “Rosine”, que era o nome da sua filha, na sua loja havia uma variedade de produtos, além dos vestidos é claro, as pessoas poderiam comprar também perfumes, artigos para decoração e móveis.  Era um apaixonado por pinturas e trouxe essa influência das cores vivas dos fauvistas para as suas criações, ele também chamou vários nomes da arte que se destacavam na sua época para criar estampas exclusivas para ele.

Depois que surgiu Chanel com suas cores sóbrias, Poiret foi perdendo espaço, pois a sua moda era completamente oposta a de Chanel, a quem ele denominava de “moda pobre”.
Infelizmente ele terminou afundando em dívidas, morreu pobre e esquecido em 1944.
Concluo com essa frase dita pelo Poiret e algumas  imagens de roupas de estilistas que se inspiraram nesse grande nome da moda para compor suas coleções.
Vestir uma mulher não é cobri-la com ornamentos, mas sim sublinhar o significado de seu corpo e realçá-lo, envolver a natureza em um contorno capaz de acentuar sua graça” . Paul Poiret

Coleções Inspiradas no estilo Poiret

John Galliano-2009



Louis Vuitton -2011






Madeleine Vionnet (1876-1975) -Década de 20






Essa expert em costura e principalmente nos avanços da modelagem, iniciou nessa área quase uma menina, não é a toa que conseguiu um domínio tão grande na arte do drapeado. Ela também foi pioneira em utilizar o corte em viés, pois era uma técnica que ficava restrita para a modelagem das golas. Nomeada como Rainha 
do corte enviesado, merecidamente.



 A sua técnica consistia em fazer moldes pequenos, e esses moldes era colocado em bonecas de madeira que possuíam 80 cm, então ela moldava nessas bonecas até obter uma perfeição de caimento e também de acabamento, visto que suas roupas drapeadas muitas vezes inexistia a costuras, bem como os fechos. 







Depois de testar os seus modelos nas bonecas e ficar satisfeita com os resultados então é que ela transferia esses modelos para a escala humana. Realmente um primor só acalçado por alguém que se esmera em dedicação e que possui claro um enorme talento. Elaborava cortes super requintados através do uso de formas consideradas básicas, como o quadrado e o triângulo.





 Essa mestra nasceu em 22 de junho de 1876 e foi trabalhar com Doucet em 1907 e ficou nessa conceituada maison por cinco anos. Suas criações tinham inspirações nas roupas Gregas e também nos afrescos Egípcios, porque, eram roupas confortáveis, que davam total liberdade aos movimentos e geralmente de tecidos fluidos. Finalmente abre a sua loja em 1912. 





Usava o crepe da China, cetim, seda, veludo e gabardine. A paleta de cores que ela mais utilizava do bege ao terracota, amarelo, vermelho e nunca podia faltar duas cores básicas que eram o preto e o branco.





Esse imagem abaixo é da coleção de Valentino 2011, achei o estilo dos bordados e a tonalidade bem parecido com o que está logo acima, que é de Vionnet.









 Modelos com ombros nús, nós estilizados e bordados que ficavam na direção do fio. Esse estilo inovador e de técnica elaborada, tornou-se atemporal, serviram de inspiração para Azzedine Alaia e Yamamoto, certamente não só para eles, basta olharmos bem, que identificaremos o estilo Vionnet em vários nomes da moda na contemporaneidade.












 Comenta-se que ela ao comprar seus tecidos pedia 2 metros a mais do que necessitava os modelos padrões, para colocar em prática os seus drapeados. 


Ela dizia que:

" Quando uma mulher sorri, então, seu vestido deve sorrir também ".





Além de uma grande estilista ela tinha uma noção de gestão super contemporânea, pois sabia que um funcionário satisfeito, vai produzir muito melhor, por isso, ela investia nos benefícios do seu quadro funcional, implantou uma creche dentro da empresa para os filhos dos seus funcionários. A sua empresa dava ao colaborador também serviços odontológicos, licença maternidade e férias remuneradas. Os alicerces da sua criação consistia em liberdade de movimento, simetria, ponderação e autenticidade.






Com o advento da 2º guerra ela fecha a sua maison em 1939, mas o seu legado de técnica permanece até os dias atuais.
 Eu nunca fui para o programa do Raul Gil, mas, para ela eu tiro o meu chapéu!! 

Falando em dias atuais, trago para vocês esse modelito fashion que 
eu particularmente achei um luxo do Azzedine Alaia 2011. Esperam que vocês curtam também!