Elsa Schiaparelli (1912-1973)
Essa mulher chocante nasceu em Roma, Itália em 1890, sua
família pertencia à burguesia e o seu avô era o famoso astrônomo Giovanni
Schiaparelli, foi ele quem descobriu os canais de Marte. Ela desde jovem já demonstrava atitudes avançadas,
quando ela foi estudar filosofia na Suíça e também em Londres, nesse período lança
um livro de poemas eróticos, fato que deixa a sua família desconcertada, afinal
eram conservadores e por isso, mandam a Schiap para um convento, afff, coitada! Quando estava em Londres ela conhece o seu
futuro marido o Conde Willy de Kerlor, que era filósofo e jogador, mas Schiap
não teve sucesso nesse casamento, que durou pouco, ele a abandonou quando eles
estavam morando nos Estados Unidos em 1919, o que a levou a necessitar
trabalhar, afinal dessa união nasceu uma filha chamada Maria Luisa Yvonne Radha
de Kerlor, mais conhecida por Gogo Schiaparelli, e essa filha lhe dá uma neta,
que se tornou atriz, chama-se Marisa Berenson.
Elsa era uma pessoa muito ligada
às artes em geral, ela era escultora e pintora também, quando retornou a França
por influencia de seus amigos dadaístas Gabrielle e Francis Picabia, ela
aprende a desenhar, ela fazia tricôs e por incentivo do amigo Poiret ela abre a
sua primeira loja em 1929, no início ela não fugiu aos padrões da época e laçou
um vestido preto com um laço bordado que dava a impressão tridimensional, técnica
conhecida como trompel’oeil.
Em 1930 ela entra para a alta costura com um
vestido de noite combinando com o casaco curto, parecido com smoking.
Apresentou também casacos compridos para a noite, semelhantes aos sobretudos. Para Elsa a moda não poderia nunca ficar
desassociada da evolução das artes plásticas, principalmente da pintura, ela
possuía um leque de amizades com vários artistas, dentre eles: Marcel Duchamp, Picabia, Man Ray, Stieglitz,
Jean Cocteau, Christian Bérard e Salvador Dalí.
Inovou em muitas coisas, tanto na paleta de
cores como no uso de materiais diferentes e alguns sintéticos como o celofane.
Dentre as suas inovações temos a manga
pagode, que foi inspirada na moda egípcia, usava também ombros largos, foi a
primeira a colocar em desfile de moda roupas com fechos-éclair coloridos,
usados mais para ornamentar as roupas. Usava e abusava de cores fortes, o que fazia
com que demonstrasse um efeito teatral. Era um estilo único, excêntrico,
surpreendente, luxuoso, exótico, algo nunca visto antes. Sua maior concorrente
era Chanel que possuía um estilo antagônico ao de Schiap.
As influências de Elsa eram do movimento
Dadá, que buscavam novas idéias, novos materiais e a ausência completa de
regras, porém, a sua maior fonte de inspiração, onde ela se encontrou realmente,
foi no movimento Surrealista, de onde surgiram diversas parcerias, e a sua maior
parceria foi com o pintor Salvador Dali.
Eles protagonizaram várias criações, que
ficaram marcadas para sempre no mundo fashion, dentre elas: o chapéu sapato, a
bolsa telefone, o tailleur-escrivaninha, o vestido lagosta e o famosíssimo
vestido skeleton, que possuía enchimentos que simulavam os ossos em 1938.
Tailleur-Escrivaninha
Vestido Lagosta
Vestido Skeleton
Criou cores inéditas e audaciosas como o azul
gelo, o verde musgo, o amarelo solar dourado, o rosa lavanda, e a cor que surgiu
especialmente para a moda em 1936 e tornou-se a sua marca registrada, o rosa
choque, que era o resultado de tons de rosa com margenta. Fonte: Patrícia Douat
Elsa utilizava muito o bordado nas suas
criações e tecidos como o crepe e a seda, peles tingidas, colocava cadeados nos
casacos e os botões de suas roupas eram um diferencial a parte, verdadeiras
obras de arte.
Seu primeiro perfume lançado em 1934 foi
chamado de Salut em 1938 lançou o que ficaria o mais famoso de todos os seus
perfumes conhecido por Schocking, fazendo referência a sua cor. Dali desenha o
frasco de outro perfume da sua marca denominado de Roy Soleil em 1946.
Além de roupas e perfumes, Schiap também lançou jóias, cosméticos, langerie e até uma linha de frasqueiras.
Passaram pelo seu ateliê alguns estilistas
famosos, Hubert Givenchy e Pierre Cardin. Schiap fecha a sua maison em 1954 e
em seguida publica seu livro de memórias de nome: “ Schoking Life ”.
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